Tumor no pâncreas: quais os 3 tipos de cirurgia e quando são indicadas?
Postado em: 30/05/2024
O pâncreas é um órgão que apresenta duas funções: a função endócrina, que produz a insulina, hormônio responsável pelo controle dos níveis de glicemia do sangue, e também a função exócrina, que produz as enzimas que estão relacionadas à digestão e à absorção dos alimentos consumidos.
Porém, algumas doenças poderão afetar essas funções, entre elas a pancreatite aguda e a crônica, o câncer e o diabetes.
Câncer no pâncreas
No Brasil, o tumor no pâncreas é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e pelo fato de ser de difícil detecção e ter comportamento agressivo, este tipo de tumor apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio — 4% do total de mortes causadas pela doença.
Raro antes dos 30 anos, o câncer no pâncreas torna-se mais comum a partir dos 60. A incidência é mais significativa no sexo masculino.
Muitos pacientes são diagnosticados tardiamente porque a doença geralmente apresenta sintomas iniciais vagos, dificultando o reconhecimento precoce. Os sintomas podem incluir dor abdominal e nas costas, perda de peso inexplicável e náuseas.
A cirurgia para câncer de pâncreas
A cirurgia potencialmente curativa só deve ser realizada se houver a possibilidade de que todo o tumor seja removido. Já que a sobrevida não aumenta com a remoção de apenas uma parte do tumor, segundo o que dizem alguns estudos.
Ainda assim, a cirurgia para câncer de pâncreas é uma das mais difíceis de ser realizada. Porque a recuperação pós-cirúrgica é lenta e existem chances de que ocorram complicações. Sendo assim, o paciente, juntamente à equipe médica, deve avaliar os potenciais riscos e benefícios antes de optar pelo procedimento cirúrgico.
No momento do diagnóstico, estima-se que 20% dos cânceres pareçam estar confinados ao órgão. Entretanto, nem todos os casos são operáveis. Grande parte das vezes, o cirurgião só terá como constatar que o tumor cresceu demais para ser completamente removido após o início da cirurgia.
Quando isso acontece, o profissional deve decidir entre interromper o procedimento ou continuá-lo, com a finalidade de aliviar ou prevenir os sintomas.
Os principais tipos de cirurgia para câncer de pâncreas
Existem três tipos de cirurgia usadas para remoção de tumores do pâncreas. Entenda como elas se caracterizam:
Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple): esta é a cirurgia mais frequente para remover o câncer da cabeça do pâncreas. Nesse procedimento é retirada a cabeça do pâncreas e, às vezes, o corpo. Também são removidos intestino delgado, parte do ducto biliar, linfonodos próximos ao pâncreas e às vezes parte do estômago. O restante do ducto biliar é ligado ao intestino delgado, para que as enzimas biliares e digestivas possam continuar chegando ao órgão. As possíveis complicações cirúrgicas decorrentes desse procedimento incluem vazamento entre as conexões dos órgãos envolvidos na cirurgia, infecções, hemorragia, alterações gástricas, perda de peso, problemas intestinais e diabetes.
Pancreatectomia distal: essa cirurgia remove apenas a cauda do pâncreas ou a cauda e uma porção do corpo do pâncreas. Normalmente, o baço também é removido. Essa técnica é utilizada no tratamento de tumores encontrados na cauda e no corpo do pâncreas. Essa técnica raramente é utilizada para tratar o câncer de pâncreas, porque geralmente o tumor já se encontra disseminado quando diagnosticado.
Pancreatectomia total: esse procedimento retira todo o pâncreas, assim como a vesícula biliar, parte do estômago e do intestino delgado e o baço. Essa cirurgia pode ser uma opção se o tumor se disseminou pelo pâncreas, mas ainda pode ser removido. Atualmente, esse tipo de cirurgia é usado com menos frequência do que as outras técnicas porque não parece mais ser uma vantagem a remoção de todo o pâncreas, além de apresentar grandes efeitos colaterais.
É possível viver sem o pâncreas?
Quando o pâncreas inteiro é removido, os pacientes ficam sem quaisquer células que produzem insulina e outros hormônios, que ajudam a manter níveis seguros de açúcar no sangue. Esses pacientes desenvolvem diabetes, que pode ser difícil de controlar por se tornarem dependentes de insulina. Os pacientes que fazem essa cirurgia também começam a tomar comprimidos de enzimas pancreáticas para ajudar na digestão de determinados alimentos.
É importante ressaltar que cada caso é único e que o cirurgião do aparelho digestivo deve avaliar cada paciente individualmente para determinar o tipo de cirurgia mais adequado. Além disso, outras formas de tratamento, como a radioterapia e a quimioterapia, podem ser indicadas antes ou após a cirurgia, dependendo do estágio do tumor e do estado de saúde do paciente.
A importância de manter o pâncreas saudável
De acordo com estudos desenvolvidos por uma organização inglesa, aproximadamente 40% dos casos de câncer de pâncreas podem ser evitados se houver alterações no estilo de vida. Entre essas alterações, estão:
- Manutenção do peso ideal;
- Diminuição do tabagismo;
- Consumo de açúcar e carboidratos com moderação;
- Diminuição do consumo de bebidas alcoólicas.
Quando esses hábitos são deixados de lado e a alimentação se mantém equilibrada, o pâncreas automaticamente se torna mais saudável.
O Dr. Fabricio Coelho, cirurgião do aparelho digestivo com experiência em Videolaparoscopia e Cirurgia Robótica, está disponível para fazer o diagnóstico e orientar seus pacientes sobre as opções de tratamento para o câncer de pâncreas. Agende sua consulta.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Fabricio Coelho Especialista em Cirurgia do Aparelho DigestivoGraduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela mesma instituição, sendo especialista em Cirurgia Hepato-Pancreato-Biliar (HPB), Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
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