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Tratamento para o câncer das vias biliares: quando optar pela cirurgia?

Postado em: 30/05/2024

Câncer de Vesícula Biliar e Vias Biliares, o colangiocarcinoma é o tipo de tumor raro que acomete mais frequentemente as vias (canais) biliares, que são pequenos ductos responsáveis pela eliminação da bile, produzida pelo fígado, até o intestino, onde vão ajudar no processo digestivo. 

Trata-se de uma condição agressiva e que, em mais de 80% dos casos, recebe diagnóstico tardio devido aos sintomas leves e inespecíficos que surgem inicialmente, retardando a busca por auxílio de um médico especialista em fígado.

Esses ductos vão se juntando por um sistema de canais que ficam cada vez mais largos, até formar um ducto principal na região fora do fígado. A vesícula biliar tem a função de acumular a bile e eliminá-la em maior quantidade durante a digestão.

No Brasil, não há uma estatística oficial da incidência desses tumores. Além disso, o colangiocarcinoma é denominado de acordo com a localização das vias biliares acometidas, podendo ser intra-hepático (que se desenvolve dentro do fígado) ou extra-hepático (fora do fígado). O tipo intra-hepático é frequentemente incluído como um dos tumores do fígado.

câncer das vias biliares

Sintomas

O sintoma principal nos tumores de vias biliares é a icterícia (coloração amarelada de pele e mucosas), secundária a obstrução do fluxo da bile, gerando acúmulo de bilirrubina no corpo.

No entanto, alguns tumores, especialmente os colangiocarcinomas intra-hepáticos, seguem uma evolução mais insidiosa, levando ao diagnóstico apenas em fases mais avançadas da doença.

Os sinais mais frequentemente relatados por pacientes com câncer de vias biliares e vesícula biliar são:

  • Colúria (urina cor acastanhada).
  • Febre.
  • Náuseas e vômitos.
  • Dor abdominal.
  • Perda de apetite e peso.
  • Acolia fecal (as fezes ficam com aspecto esbranquiçado).
  • Prurido (coceira) no corpo.
  • Dispepsia (desconforto no estômago).
  • Icterícia.

As causas do colangiocarcinoma ainda são pouco conhecidas e apenas 30% dos casos estão relacionados com fatores de risco identificáveis. Dessa forma, a maior parte das ocorrências ainda tem motivação desconhecida.

O diagnóstico da patologia pode ser feito por meio de exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Tratamento

Existem dois tipos de procedimentos cirúrgicos para o câncer de via biliar: cirurgia potencialmente curativa (ressecável e irressecável) e cirurgia paliativa.

O procedimento cirúrgico é realizado quando os exames de imagem ou os resultados de cirurgias anteriores mostram que existe uma boa chance do cirurgião do aparelho digestivo retirar todo o tumor com uma margem de tecido saudável ao seu redor.

Os tumores podem ser descritos como ressecáveis, quando podem ser completamente removidos por cirurgia. Já os irressecáveis são aqueles que se disseminaram para outros órgãos ou são muito difíceis de serem completamente retirados por cirurgia. Infelizmente, apenas uma pequena parte dos cânceres de via biliar é ressecável quando diagnosticado.

Laparoscopia

Se o médico estiver planejando uma cirurgia curativa, pode primeiramente realizar uma laparoscopia para verificar se existe alguma disseminação da doença que torne a cirurgia curativa uma opção. Durante o procedimento, o cirurgião irá procurar áreas de câncer que não foram diagnosticadas pelos exames de imagem. Se o tumor ainda for ressecável, a laparoscopia também pode ajudar no planejamento da cirurgia para a remoção do tumor.

Cirurgia para tumores ressecáveis

Para os tumores ressecáveis o tipo de cirurgia depende da localização da doença:

Câncer de via biliar intra-hepático: na cirurgia para tratar este tipo de tumor, o cirurgião retira parte do fígado que contém a doença (hepatectomia parcial). Algumas vezes, um lobo inteiro do fígado deve ser removido (lobectomia hepática). Se a quantidade de tecido do fígado removido não for grande, o fígado voltará a funcionar normalmente.

Câncer de via biliar perihilar: neste procedimento cirúrgico normalmente parte do fígado deve ser removida, junto com o ducto biliar, vesícula biliar, linfonodos próximos e, às vezes, parte do pâncreas e do intestino delgado.

Câncer de via biliar distal: estes tumores estão localizados abaixo do ducto biliar próximo ao pâncreas e intestino delgado. Na maioria dos casos, o cirurgião deve remover parte de ambos os órgãos.

Cirurgia paliativa

É realizada para aliviar sintomas ou tratar (ou mesmo prevenir) complicações, como obstrução das vias biliares, em casos em que o tumor seja muito invasivo para ser removido completamente.

Em alguns casos, o médico pode pensar que o tumor é ressecável com base nas informações disponíveis, mas uma vez que a cirurgia é iniciada torna-se claro que a doença está muito avançada para ser completamente removida. Nesses casos, o cirurgião pode fazer uma derivação biliar para prevenir ou aliviar os sintomas da doença.

A cirurgia pode ser uma opção para alguns pacientes, especialmente quando o câncer ainda está localizado nos ductos biliares e não se espalhou para outras partes do corpo. No entanto, a decisão de optar pela cirurgia deve ser avaliada cuidadosamente, levando em consideração os riscos e benefícios de cada opção de tratamento. 

O Dr. Fabricio Coelho é um cirurgião do aparelho digestivo altamente qualificado e pode ajudar a guiar os pacientes em sua jornada de tratamento contra o câncer das vias biliares. Agende sua consulta!

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Fabricio Coelho Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela mesma instituição, sendo especialista em Cirurgia Hepato-Pancreato-Biliar (HPB), Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
CRM-SP 104.317