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O impacto da obesidade na seleção de pacientes para Transplante de Fígado

Postado em: 08/12/2023

O Transplante de Fígado é uma opção de tratamento para pessoas com doenças hepáticas avançadas que levam à insuficiência hepática e para aquelas cuja condição não pode ser controlada com terapêuticas médicas ou cirúrgicas convencionais. A obesidade pode oferecer obstáculos a essa alternativa. Saiba mais!

O impacto da obesidade na seleção de pacientes para Transplante de Fígado

Quais são os critérios para elegibilidade para Transplante de Fígado?

Existem critérios específicos para determinar a elegibilidade para um “transplante de fígado”, e estes podem variar ligeiramente de acordo com as políticas de cada centro de transplante, mas geralmente incluem:

  • Gravidade da doença hepática: Pacientes com doença hepática em estágio avançado, como cirrose hepática, hepatite fulminante, câncer de fígado, cirrose biliar primária, cirrose alcoólica, doença hepática metabólica ou outras condições hepáticas graves que levam à insuficiência hepática, são considerados para transplante de fígado.
  • Avaliação médica completa: Os pacientes passam por uma avaliação abrangente para determinar a extensão da doença hepática, a presença de complicações associadas e a adequação para o transplante. Isso inclui testes de função hepática, exames de imagem, avaliação cardíaca, pulmonar e renal, além de avaliação psicológica e social.
  • Ausência de contra-indicações: Certas condições de saúde podem ser consideradas contraindicações para o TRANSPLANTE DE FÍGADO, como doença cardíaca grave, doenças infecciosas não controladas, câncer avançado em outro órgão, problemas psiquiátricos não tratados, abuso crônico de álcool ou drogas, entre outros fatores.
  • Idade e estado geral de saúde: Embora não haja um limite estrito de idade, a idade e o estado geral de saúde do paciente são considerados ao avaliar a elegibilidade para o transplante. Pacientes idosos podem ser considerados, desde que não tenham outras condições médicas graves que possam afetar a recuperação pós-transplante.
  • Apoio familiar e adesão ao tratamento: É importante que o paciente tenha suporte familiar e social para o período pré e pós-transplante. Além disso, é crucial que o paciente demonstre compreensão e compromisso em seguir as orientações médicas, incluindo o uso adequado de medicamentos imunossupressores após o transplante.

Esses critérios são avaliados por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, que inclui hepatologistas, cirurgiões, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e outros especialistas, para determinar a elegibilidade e a prioridade para o transplante de fígado. A decisão de realizar um transplante de fígado é cuidadosamente considerada para oferecer o tratamento mais adequado para cada paciente, levando em consideração a gravidade da condição e a probabilidade de sucesso do procedimento.

Qual o impacto da obesidade na seleção de pacientes para Transplante de Fígado?

A obesidade pode ter um impacto significativo na seleção de pacientes para o transplante de fígado, e a avaliação da elegibilidade para o procedimento pode ser mais complexa em pacientes obesos. Aqui estão alguns dos impactos e considerações relacionadas à obesidade na seleção de pacientes para transplante de fígado:

  • Avaliação de risco cirúrgico: A obesidade pode aumentar o risco de complicações cirúrgicas durante o transplante de fígado, como infecções, problemas de cicatrização, complicações respiratórias e tromboembolismo. Isso pode ser considerado durante a avaliação pré-transplante.
  • Maior incidência de doenças metabólicas: Pacientes obesos têm maior probabilidade de desenvolver doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemia, que podem afetar negativamente o resultado do transplante e a recuperação pós-operatória.
  • Menor eficácia de tratamentos: Em alguns casos, a obesidade pode dificultar o controle de doenças hepáticas subjacentes, como esteatose hepática (fígado gorduroso), podendo aumentar o risco de complicações durante e após o transplante.
  • Risco de desfechos pós-operatórios desfavoráveis: A obesidade está associada a taxas mais altas de complicações após o transplante de fígado, incluindo infecções, rejeição do órgão transplantado, recidiva da doença hepática e menor sobrevida do paciente.
  • Limitações técnicas na cirurgia: A obesidade pode dificultar a realização da cirurgia de transplante de fígado devido à dificuldade no acesso ao órgão, prolongamento do tempo cirúrgico e aumento do risco de complicações intra e pós-operatórias.

Entretanto, é importante notar que a obesidade não é necessariamente uma contraindicação absoluta para o transplante de fígado. Cada caso é avaliado individualmente pela equipe médica especializada, considerando fatores como o índice de massa corporal (IMC), a presença de comorbidades associadas, a estabilidade da doença hepática subjacente e o compromisso do paciente com mudanças de estilo de vida pré e pós-transplante.

Em alguns casos, programas de perda de peso supervisionados podem ser recomendados antes do transplante para reduzir o risco de complicações e melhorar os resultados pós-operatórios. A decisão final de realizar o transplante de fígado em pacientes obesos é geralmente feita pela equipe de transplante, considerando os riscos e benefícios específicos para cada paciente individualmente.

O controle de peso desempenha um papel fundamental na preparação e recuperação de pacientes que necessitam de um transplante de fígado. Para aqueles com obesidade ou excesso de peso, a gestão do peso antes do transplante pode ter impactos significativos nos resultados e na recuperação pós-operatória. Em alguns casos, a perda de peso pode aumentar a elegibilidade para o transplante de fígado, especialmente em programas de transplante que consideram critérios específicos de seleção relacionados ao peso.

É importante ressaltar que a gestão do peso deve ser realizada sob a orientação de profissionais de saúde especializados, como nutricionistas e médicos, para garantir uma abordagem segura e eficaz. Estratégias para perda de peso podem incluir dieta balanceada, exercícios físicos e mudanças no estilo de vida, adaptadas às necessidades e condições específicas de cada paciente.

Em resumo, o controle de peso é um componente crucial do cuidado pré-transplante para pacientes que necessitam de um transplante de fígado. Manter um peso saudável pode contribuir significativamente para melhores resultados cirúrgicos e pós-operatórios, melhorando a qualidade de vida e a sobrevida após o transplante.

O Dr. Fabrício Coelho é um cirurgião do aparelho digestivo competente e qualificado, que realiza a cirurgia de Transplante de Fígado. Entre em contato e agende sua consulta!

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Fabricio Coelho Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela mesma instituição, sendo especialista em Cirurgia Hepato-Pancreato-Biliar (HPB), Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
CRM-SP 104.317