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O que é ressecção hepática e quando ela é necessária?

Postado em: 03/04/2023

Quando o fígado desenvolve alguma complicação, ela deve ser tratada rapidamente. Muitas vezes, a melhor e mais indicada forma de tratamento é por meio de cirurgia, a qual chamamos de hepatectomia.

A hepatectomia, conhecida também como ressecção hepática, é a cirurgia de retirada parcial ou da totalidade do fígado. 

O procedimento pode ser realizado através da técnica aberta ou convencional, com incisões na parte superior do abdômen do paciente. E também pode ser feito por meio de vídeolaparoscopia, através de uma microcâmera introduzida em uma pequena incisão.

O que é ressecção hepática e quando ela é necessária

Quais são os principais tipos de hepatectomia?

Conforme dissemos, o objetivo da hepatectomia é a remoção de uma parte ou da totalidade do fígado.

Mas, embora esse seja sempre o intuito, existem alguns tipos diferentes dessa cirurgia, cuja indicação dependerá do volume e da parte do órgão a ser retirado. O fígado é constituído de dois lobos (direito e esquerdo) e estes são divididos em vários segmentos, numerados de um a oito. É possível remover um ou vários segmentos em diversas combinações. 

Entre os tipos principais, podemos destacar:

Hepatectomia total

Procedimento realizado em casos de transplante de fígado. Consiste na remoção total do fígado que é substituído por outro, proveniente de um doador com morte encefálica ou de uma parte de outro, proveniente de um doador vivo.

Hepatectomia direita

É feita a retirada do lobo direito do fígado. 

Hepatectomia esquerda

Quando apenas o lobo esquerdo do órgão é removido na cirurgia.

Segmentectomia

Quando apenas um segmento do fígado é retirado.

Trisegmentectomia direita

O lobo direito e a metade medial do lobo esquerdo do fígado são retirados.

Lobectomia lateral esquerda

Quando os segmentos 2 e 3, correspondentes à metade lateral do lobo esquerdo, são removidos na cirurgia.

O procedimento pode ser realizado tanto por via aberta, com uma incisão na parte superior do abdômen, quanto por cirurgia minimamente invasiva: via laparoscopia ou robótica. 

O tipo de cirurgia escolhido depende da gravidade e situação da região afetada e somente um cirurgião do aparelho digestivo, após diagnóstico minucioso, pode indicar a melhor técnica para cada caso.

Quando a hepatectomia é indicada?

Geralmente, a hepatectomia é indicada para o tratamento de cistos, nódulos ou tumores primários do fígado, ou de metástases hepáticas, que são tumores malignos (câncer) de outros órgãos que desprendem e vão pela corrente sanguínea se instalar no fígado.

O procedimento só é feito se o paciente estiver em bom estado de saúde, de maneira que o tumor possa ser removido e uma parte saudável permaneça.

A maioria dos casos de câncer de fígado impedem que o órgão seja completamente removido, pois muitas vezes a doença já se disseminou para outras regiões ou o tumor apresenta um tamanho maior.

Quando o paciente apresenta cirrose, mesmo que seja removida apenas uma pequena quantidade de tecido hepático, o fígado remanescente pode ser impedido de realizar suas funções normalmente. 

Desta forma, então, pacientes com essa doença só podem realizar a cirurgia se o tumor for pequeno e parte da função hepática possa ser mantida, sem que sua saúde seja comprometida.

Funções do fígado

O fígado é um anexo do sistema digestório e é considerado um dos maiores órgãos do corpo humano, localizado na parte superior direita do abdômen, próximo do estômago. Está relacionado com funções importantes do nosso corpo, tais como a regulação do metabolismo de vários nutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios), síntese de proteínas e outras moléculas, degradação de hormônios, armazenamento de substâncias, como o glicogênio, e excreção de substâncias tóxicas.

Além disso, o fígado participa da produção de hemácias no embrião e destrói essas células quando estão velhas, bem como sintetiza alguns fatores de coagulação.

Apesar das diversas funções do fígado, uma das principais e mais conhecidas é a formação e secreção da bile. Ela apresenta basicamente duas funções primordiais: excreção de algumas substâncias e a emulsão das gorduras, que ajuda na digestão e absorção dos lipídios. 

Na bile são eliminadas, principalmente, toxinas, substâncias presentes em drogas e a bilirrubina. Esse processo é conhecido como detoxificação hepática.

É possível viver sem uma parte do fígado?

O fígado possui a capacidade de se regenerar, então, quando é retirada uma parte dele, já começa o processo de recuperação e multiplicação de suas células. 

Assim sendo, a resposta é sim, a pessoa que tem uma parte do fígado removida, independente da sua idade, consegue sobreviver sem riscos.

Em pacientes com fígado normal e em bom estado de saúde, é possível retirar até 80% do fígado, pois os 20% restantes são capazes de hipertrofiar e regenerar. Em pacientes com cirrose, a quantidade que pode ser removida é menor, em torno de 60%, porque a capacidade de regeneração está prejudicada. Nessa situação, muitas vezes, o transplante com a remoção de todo o fígado doente e a troca por um, ou parte de um, com função normal é a melhor opção.

Como está sua saúde digestiva? Faça uma avaliação completa com o Dr. Fabricio Coelho, cirurgião do Aparelho Digestivo com experiência em Videolaparoscopia e Cirurgia Robótica.  

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A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NO TRATAMENTO DO CÂNCER DO APARELHO DIGESTIVO

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Fabricio Coelho Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela mesma instituição, sendo especialista em Cirurgia Hepato-Pancreato-Biliar (HPB), Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
CRM-SP 104.317