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Esplenectomia: Saiba como funciona

Postado em: 12/06/2024

Esplenectomia: Saiba como funciona

Como cirurgião especializado no aparelho digestivo, um dos procedimentos que realizo com frequência é a Esplenectomia, que consiste na remoção total ou parcial do baço. 

Este órgão desempenha um papel importante no sistema imunológico, sendo responsável pela filtragem do sangue, produção de anticorpos e descarte de glóbulos vermelhos danificados. 

Aqui, vou detalhar como essa cirurgia é realizada, por que pode ser necessária e os cuidados subsequentes que são fundamentais depois. Continue a leitura para conferir!

Quando a esplenectomia é necessária?

A necessidade de remover o baço pode surgir por diversas razões. Traumas abdominais que levam à ruptura do órgão exigem uma intervenção rápida para prevenir hemorragias internas graves, por exemplo. 

Além disso, condições como anemias hemolíticas, certos tipos de leucemia, outras neoplasias hematológicas ou doenças que causam esplenomegalia (aumento do baço) também podem tornar a “Esplenectomia” necessária. 

Em casos menos comuns, cistos ou abscessos no baço podem requerer remoção cirúrgica para aliviar sintomas ou prevenir complicações.

Como é realizada a esplenectomia?

A esplenectomia, a remoção do baço, é um procedimento que exige precisão e cuidado. Em minha prática, opto frequentemente pela laparoscopia por seu caráter minimamente invasivo. 

Vamos explorar em detalhes as etapas desse procedimento cirúrgico!

Preparação para a cirurgia laparoscópica

Antes da cirurgia, o paciente passa por uma avaliação completa, que inclui exames de sangue, ultrassonografia abdominal e, em alguns casos, tomografia computadorizada para avaliar o tamanho e a condição do baço. 

Isso ajuda a planejar a cirurgia com mais eficácia e a determinar se a abordagem laparoscópica é viável.

Etapas da esplenectomia laparoscópica

De modo geral, as etapas incluem: 

  1. Anestesia geral: O paciente recebe anestesia geral para garantir que esteja completamente inconsciente e sem dor durante o procedimento.
  2. Incisões e introdução de instrumentos: Realizo tipicamente três pequenas incisões no abdômen. Por estas incisões, introduzo os instrumentos cirúrgicos e uma microcâmera. A câmera é crucial, pois transmite imagens do interior do abdômen para um monitor no qual posso visualizar o baço e os órgãos adjacentes em detalhes.
  3. Acesso ao baço: Com a ajuda das imagens fornecidas pela câmera, navego cuidadosamente até o baço, evitando danificar os órgãos e tecidos circundantes.
  4. Remoção do baço: Utilizo instrumentos especializados para separar cuidadosamente o baço das estruturas e vasos sanguíneos conectados a ele. Instrumentos como clipes de titânio podem ser usados para selar os vasos antes de cortá-los para minimizar o sangramento.
  5. Extração do baço: Uma vez desconectado, o baço é geralmente colocado em um saco especial dentro do abdômen, que é então removido através de uma das incisões.
  6. Fechamento das incisões: As incisões são suturadas e protegidas com curativos após a conclusão da cirurgia.

Cirurgia aberta

Embora a laparoscopia seja minha preferência, há situações em que a cirurgia aberta é necessária. 

Isso geralmente ocorre quando o baço está muito aumentado ou há complicações que limitam a visualização e manipulação seguras do órgão por laparoscopia. 

Durante a cirurgia aberta, faço uma incisão maior no abdômen para ter acesso direto ao baço. 

Este método permite lidar com situações mais complexas, mas implica um tempo de recuperação mais longo e um maior desconforto pós-operatório.

Em todos os casos, a decisão entre laparoscopia e cirurgia aberta é tomada com base no que é mais seguro e eficaz para o paciente, considerando sua condição específica e os riscos envolvidos. 

A segurança do paciente é sempre a prioridade máxima, e a escolha da técnica cirúrgica é feita com o objetivo de proporcionar os melhores resultados de saúde com o mínimo de risco.

Cuidados pós-operatórios

Após a remoção do baço, o cuidado com a imunidade do paciente se torna uma prioridade. O baço desempenha um papel importante no combate a infecções, e sua ausência aumenta o risco de se contrair doenças. 

Portanto, é vital que o paciente receba vacinas adequadas contra pneumococos, Haemophilus influenzae tipo b e meningococos, conforme recomendado. 

A alimentação saudável e a manutenção de um estilo de vida ativo também são cruciais. 

Alimentos ricos em ferro e vitaminas ajudam a fortalecer o sistema imunológico, enquanto a prática regular de exercícios físicos contribui para a saúde geral e o bem-estar. 

É importante também que o paciente evite mudanças bruscas de temperatura e grandes aglomerações, especialmente em épocas de alta prevalência de viroses, para minimizar o risco de infecções.

Por que monitorar a saúde após uma esplenectomia?

Consultas de acompanhamento ajudam a garantir que não haja complicações decorrentes da cirurgia e que o paciente mantenha uma boa saúde geral sem o baço

Durante essas consultas, posso avaliar a eficácia das vacinas, a adequação da dieta e ajustar quaisquer outros tratamentos necessários para ajudar no ajuste do paciente à vida sem este órgão.

Espero que este artigo tenha proporcionado uma visão clara sobre o que é a esplenectomia. Remover o baço é uma decisão séria que tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente em circunstâncias específicas.

Espero que o conteúdo tenha ajudado com suas dúvidas. Para conversarmos pessoalmente, você pode agendar uma consulta pelo whatsapp!

Dr. Fabrício Ferreira Coelho
Cirurgião do Aparelho Digestivo e Cirurgião Geral 
CRM 104317 | RQE 110400 | 110399

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Fabricio Coelho Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela mesma instituição, sendo especialista em Cirurgia Hepato-Pancreato-Biliar (HPB), Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
CRM-SP 104.317