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Cirurgia das Vias Biliares em casos de doença inflamatória intestinal

Postado em: 30/04/2024

Cirurgia das Vias Biliares em casos de doença inflamatória intestinal

A doença inflamatória intestinal (DII), que inclui a colite ulcerativa e a doença de Crohn, afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, provocando sintomas que variam de moderados a severos. Embora o foco principal da DII seja o trato gastrointestinal, suas complicações podem afetar diversos outros sistemas, podendo às vezes demandar uma Cirurgia das Vias Biliares

Neste artigo, discutiremos as indicações, desafios e abordagens cirúrgicas para o tratamento de complicações nessas vias associadas à DII, oferecendo uma visão abrangente sobre este aspecto importante do manejo da doença. Desejamos a você uma leitura esclarecedora!

A Relação Entre a Doença Inflamatória Intestinal e as Vias Biliares

A relação entre a DII e as complicações das vias biliares, especialmente a colangite esclerosante primária (CEP), é bem documentada. A CEP pode levar a estenoses (estreitamentos) significativas das vias biliares, resultando em colestase, infecções recorrentes e, eventualmente, cirrose biliar. 

Em certos casos, a “Cirurgia das Vias Biliares” torna-se uma necessidade para aliviar a obstrução, tratar complicações infecciosas e prevenir a progressão da doença hepática.

Indicações para Cirurgia das Vias Biliares

A cirurgia é considerada em pacientes com DII que desenvolvem complicações severas da CEP que não respondem ao tratamento médico. Estas incluem:

  • Estenoses biliares causando colestase sintomática.
  • Episódios recorrentes de colangite bacteriana.
  • Suspeita de neoplasia das vias biliares.

Desafios na Cirurgia das Vias Biliares

O tratamento cirúrgico de pacientes com DII que apresentam complicações das vias biliares pode envolver desafios como:

  • Inflamação Crônica: A DII pode causar inflamação significativa ao redor das vias biliares, aumentando o risco de complicações pós-operatórias.
  • Alterações Anatômicas: Estenoses e dilatações das vias biliares podem alterar a anatomia normal, dificultando a cirurgia.
  • Manejo da DII: A cirurgia das vias biliares não trata a DII subjacente, necessitando de um manejo contínuo da doença inflamatória.

O médico deve estar apto a lidar com esses desafios e fornecer um tratamento abrangente, com o manejo da doença inflamatória intestinal como um todo e de suas influências nas vias biliares.

Abordagens Cirúrgicas para as Vias Biliares

A escolha da abordagem cirúrgica depende da localização e extensão das estenoses, bem como da condição geral do paciente. As opções incluem:

  • Dilatação Endoscópica e Colocação de Stent: Procedimentos endoscópicos podem ser usados para tratar estenoses biliares, aliviando a obstrução sem a necessidade de cirurgia aberta.
  • Ressecção das Vias Biliares e Anastomose Bilioentérica: Em casos de estenoses irrecuperáveis, pode ser necessária a ressecção do segmento afetado das vias biliares, seguida pela reconstrução das vias biliares através de uma anastomose com o intestino.
  • Transplante Hepático: Para pacientes com doença avançada, o transplante hepático pode ser a melhor opção viável, abordando tanto as complicações biliares quanto a disfunção hepática.

Cuidados Pós-Operatórios e Monitoramento

O manejo pós-operatório de pacientes com DII submetidos à cirurgia das vias biliares requer atenção especial, que envolve:

  • Monitoramento de Infecções: O risco aumentado de infecção pós-operatória exige vigilância contínua e, possivelmente, profilaxia antibiótica.
  • Gestão da DII: O manejo da doença inflamatória intestinal deve continuar após a cirurgia, incluindo a otimização da terapia médica para prevenir a recorrência de sintomas.
  • Avaliação Funcional das Vias Biliares: Testes regulares são necessários para avaliar a função das vias biliares reconstruídas e identificar precocemente quaisquer sinais de complicações. 

A cirurgia das vias biliares em casos de doença inflamatória intestinal é uma área que requer uma abordagem cuidadosa e personalizada. Apesar dos desafios, os avanços nas técnicas cirúrgicas e no manejo pós-operatório têm melhorado significativamente os resultados para os pacientes.

Esperamos que o conteúdo tenha ajudado. Para ter informações sobre o trabalho de Dr. Fabrício, você pode entrar em contato pelo whatsapp!

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Fabricio Coelho Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela mesma instituição, sendo especialista em Cirurgia Hepato-Pancreato-Biliar (HPB), Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
CRM-SP 104.317