Cirurgia para tratamento do câncer de pâncreas
Postado em: 20/03/2023
O pâncreas é um órgão com duas funções importantes no nosso corpo: secretar as enzimas que ajudam na digestão dos alimentos e secretar hormônios que ajudam na regulação do metabolismo do açúcar (glicose). Tumores que nascem no pâncreas são, em geral, muito agressivos. O tipo mais comum de câncer neste órgão é o adenocarcinoma.
O único meio de curá-lo é quando o tumor ainda está confinado no pâncreas (ou no máximo nos gânglios próximos dele) e a cirurgia consegue removê-lo por completo. O grande problema é que apenas 20% dos pacientes, no momento do diagnóstico, tem doença que é passível de cirurgia. Isto ocorre porque o tumor, quando pequeno, pode passar despercebido.
Os principais sintomas do câncer de pâncreas são dor na barriga (muitas vezes na “boca do estômago” e que pode ser sentida nas costas), perda de peso, icterícia (pele amarela) por obstrução do canal da bile e indigestão.
Quando um paciente chega com suspeita de câncer de pâncreas, são solicitados exames de imagem (ultrassom), que podem mostrar uma lesão no pâncreas. Além disso, a tomografia ou ressonância podem ajudar a determinar se o tumor já se espalhou para outros órgãos, como fígado ou pulmões.
O principal tratamento para tumores que ainda estejam localizados é a cirurgia, que necessita ser realizada por um cirurgião do Aparelho Digestivo.
Cirurgia potencialmente curativa
A cirurgia é a única chance real para curar o câncer de pâncreas, mas nem sempre leva à cura. Mesmo que todo o tumor visível seja removido, algumas células cancerígenas remanescentes podem ter sido disseminadas para outras partes do corpo.
A cirurgia curativa está indicada para o tratamento de tumores localizados na cabeça do pâncreas. Como esses tumores se encontram perto do conduto biliar, alguns provocam icterícia e podem ser diagnosticados mais precocemente para serem completamente removidos. Cirurgias para outras partes do pâncreas são descritas abaixo, e são realizadas, se possível, para retirar todo o tumor:
Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple): é a cirurgia mais frequente para remover o câncer da cabeça do pâncreas. Nesse procedimento é retirada a cabeça do pâncreas e, às vezes, o corpo. São removidos também intestino delgado, parte do ducto biliar, linfonodos próximos ao pâncreas e, às vezes, parte do estômago. O restante do ducto biliar é ligado ao intestino delgado, para que as enzimas biliares e digestivas possam continuar chegando ao órgão. As possíveis complicações cirúrgicas decorrentes desse procedimento incluem vazamento entre as conexões dos órgãos envolvidos na cirurgia, infecções, hemorragia, alterações gástricas, perda de peso, problemas intestinais e diabetes.
Pancreatectomia distal: remove apenas a cauda do pâncreas ou a cauda e uma porção do corpo do pâncreas. O baço também é normalmente removido. Essa técnica é utilizada no tratamento de tumores encontrados na cauda e corpo do pâncreas. Essa técnica raramente é utilizada para tratar o câncer de pâncreas, porque geralmente o tumor já se encontra disseminado quando diagnosticado.
Pancreatectomia total: esse procedimento retira todo o pâncreas, assim como a vesícula biliar, parte do estômago e do intestino delgado e o baço. Essa cirurgia pode ser uma opção se o tumor se disseminou pelo pâncreas, mas ainda pode ser removido. Atualmente, esse tipo de cirurgia é usado com menos frequência do que as outras técnicas porque não parece mais ser uma vantagem a remoção de todo o pâncreas, além de apresentar efeitos colaterais.
É possível viver sem o pâncreas. Mas quando o pâncreas inteiro é removido, os pacientes ficam sem quaisquer células que produzem insulina e outros hormônios, que ajudam a manter níveis seguros de açúcar no sangue. Esses pacientes desenvolvem diabetes, que pode ser difícil de controlar por se tornarem dependentes de insulina. Os pacientes que fazem essa cirurgia também começam a tomar comprimidos de enzimas pancreáticas para ajudar na digestão de determinados alimentos.
Se você está enfrentando o câncer de pâncreas, entre em contato com o Dr. Fabrício, com experiência em Videolaparoscopia e Cirurgia Robótica.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Fabricio Coelho Especialista em Cirurgia do Aparelho DigestivoGraduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela mesma instituição, sendo especialista em Cirurgia Hepato-Pancreato-Biliar (HPB), Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
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